A vastidão do cosmos revela mais um espetáculo intrigante: astrônomos, munidos dos olhos aguçados do Observatório de Raios-X Chandra e do Telescópio Espacial James Webb da Nasa, desvendam o buraco negro mais distante já registrado em raios-X, um intrincado “embrião” cósmico com meros 470 milhões de anos, emergindo pouco após o Big Bang.
DESCOBRINDO O INÍCIO: A VIAGEM CÓSMICA DE UHZ1
Os céus escondem segredos ancestrais, e desta vez, a galáxia UHZ1, localizada na direção do aglomerado de galáxias Abell 2744, é o palco dessa revelação. Distante 13,2 bilhões de anos-luz da Terra, ela nos transporta para uma época quando o universo era jovem, com meros 3% da idade atual. Uma dança cósmica, comandada por um buraco negro massivo em formação, que desafia as expectativas convencionais.
A ÓPERA CÓSMICA: NOTAS DE RAIOS-X E LENTES GRAVITACIONAIS
A sinfonia cósmica foi percebida através da sinergia entre os dados do Chandra e do Webb. A lente gravitacional em Abell 2744, agindo como um maestro cósmico, ampliou em quatro vezes a luz infravermelha captada pelo Webb e permitiu ao Chandra detectar os tênues raios-X emanando do buraco negro nascente.
O BURACO NEGRO “PLANTADO”: CRESCENDO ALÉM DAS CONVENÇÕES
Na coreografia cósmica, a analogia com o crescimento de plantas surge, delineando a rapidez única com que alguns buracos negros supermassivos atingem proporções colossais. Como uma muda que começa já predestinada a uma grandiosidade, o buraco negro recém-descoberto, com sua massa estimada entre 10 e 100 milhões de sóis, desafia as normas, nascendo massivo e desfrutando de uma vantagem inicial de crescimento.
REVELANDO UM UNIVERSO INOVADOR: BURACOS NEGROS E NUVENS MACIÇAS DE GÁS
A descoberta, encabeçada pela equipe do Centro de Astrofísica Harvard & Smithsonian, sugere a primeira detecção de um “buraco negro excessivamente grande”, corroborando teorias de 2017 que apontavam para a formação desses entes cósmicos a partir de nuvens maciças de gás. Um vislumbre fugaz de uma fase única em que um buraco negro supermassivo equipara-se em massa às estrelas de sua galáxia hospedeira, antes de assumir seu papel na vastidão estelar.