Na África do Sul, uma batalha intensa contra surtos de duas cepas de gripe aviária está em andamento, resultando no abate de quase 2,5 milhões de frangos, conforme anunciado pelo governo nesta terça-feira. Além disso, mais de 205 mil frangos sucumbiram à doença em cerca de 60 surtos isolados em todo o país.
A maioria desses surtos ocorreu na província de Gauteng, que abriga cidades importantes como Joanesburgo e Pretória. Essa crise sanitária tem afetado severamente a indústria de aves sul-africana, que já sofria com problemas de fornecimento de eletricidade, e agora enfrenta a ameaça de uma escassez de ovos para os consumidores.
No início deste ano, a indústria de aves da África do Sul foi duramente atingida pela falta de eletricidade, resultando em cortes frequentes de energia que prejudicaram profundamente os negócios. Em janeiro, agricultores do país relataram ter sido forçados a abater quase 10 milhões de pintinhos devido aos cortes de energia, causando uma queda na produção e situações de superlotação nas fazendas de frangos.
Além disso, o governo sul-africano reconheceu a existência de “restrições de fornecimento” de ovos e anunciou a aceleração de licenças de importação. A ministra da Agricultura, Thoko Didiza, também revelou estar considerando um programa de vacinação para conter os surtos.
Segundo a Associação Sul-Africana de Avicultura, esses surtos representam a pior crise desde 2017. Wilhelm Mare, presidente do grupo de avicultura da Associação Veterinária Sul-Africana, alertou que até 8,5 milhões de galinhas poedeiras e 2,5 milhões de frangos destinados à produção de carne poderiam ser afetados, descrevendo a situação como “catastrófica” para a indústria.
Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos também destacaram, no mês passado, que os surtos de gripe aviária estão aumentando globalmente, com mais de 21 mil surtos registrados em todo o mundo entre 2013 e 2022.
