A promotora de Justiça Valeria Scarance anunciou que a investigação do caso de violência doméstica envolvendo a apresentadora Ana Hickmann se estenderá para apurar possível crime contra o filho da artista, testemunha da agressão perpetrada por seu pai, Alexandre Correa. Em entrevista ao site UOL, Scarance enfatizou a gravidade do ocorrido, destacando que a violência contra a mulher na presença dos filhos é, legalmente, considerada violência contra as crianças.
“Não é uma opinião, é lei. A lei diz que praticar um ato contra uma pessoa da família, tornando aquele filho ou filha testemunha, é violência psicológica contra a criança”, ressaltou a promotora, indicando que essa situação está tipificada no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Scarance destacou ainda a possibilidade de caracterizar o incidente como um crime contra o filho do casal, expondo a criança a constrangimento ao presenciar a agressão à mãe. Essa conduta também é prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente.
Com o registro do boletim de ocorrência feito pela apresentadora no último domingo (12), o Ministério Público iniciará uma investigação aprofundada do caso. A promotora explicou o procedimento: “O que acontecerá agora: inquérito policial, apuração do fato e, concluído esse inquérito, o Ministério Público oferece, ou não, a denúncia.”
Scarance ressaltou a importância do caso Ana Hickmann como uma lição para todas as mulheres vítimas de violência doméstica, destacando que a conscientização sobre os direitos das mulheres é crucial. Ela enfatizou que a violência não está vinculada ao grau de instrução, nível de escolaridade ou condição econômica, sendo um fenômeno democrático capaz de atingir qualquer pessoa.
