As Milícias do Rio de Janeiro: da Ordem à Anarquia

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A cidade do Rio de Janeiro, há muito famosa por sua beleza natural e cultura vibrante, tem sido manchete não apenas por seus encantos, mas também pela presença dominante de milícias que abalaram sua estrutura social. Essas organizações, formadas por agentes de segurança que originalmente surgiram para combater o tráfico de drogas e oferecer “justiça paralela”, evoluíram para entidades mais sinistras que exploram o vácuo do Estado em áreas vulneráveis.

Na semana passada, a cidade enfrentou mais um episódio de violência desencadeada pela atuação das milícias, principalmente na zona oeste da capital fluminense. Após uma operação da Polícia Civil contra a maior milícia do estado, ocorreram ataques que resultaram em mais de 30 ônibus queimados e interrupções no transporte público. Um dos líderes do grupo na região, Matheus da Silva Rezende, apelidado de Faustão ou Teteu, foi morto durante a operação. A retaliação dos milicianos desencadeou uma onda de terror, afetando diretamente a população local.

As milícias, compostas por policiais militares, civis, penais e bombeiros, originalmente se formaram para combater o tráfico de drogas e, nos anos 1980, receberam o apoio de comunidades e omissão do Estado. No entanto, com o tempo, seu propósito se transformou em busca de vantagens políticas, econômicas e sociais. Esses grupos exploram negócios rentáveis, como taxas de segurança, controle do transporte alternativo, venda de botijões de gás e sinal pirata de TVs por assinatura, tornando-se verdadeiros grupos de extermínio.

O crescimento das milícias tem sido alarmante, e elas agora dominam vastas áreas, especialmente na zona oeste do Rio de Janeiro. A expansão se deve, em parte, à repressão policial mais focada no combate ao tráfico, permitindo que as milícias operem predominantemente em diversas regiões. Essa busca por domínio territorial tem gerado conflitos violentos, levando a um aumento acentuado nas taxas de homicídio na zona oeste.

A situação é ainda mais alarmante devido à influência política que as milícias conquistaram. Elas têm conseguido eleger seus representantes, o que representa uma séria ameaça à segurança pública.

Em um levantamento recente, o Instituto Fogo Cruzado e o Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense revelaram que, entre 2006 e 2021, o domínio territorial das milícias no Rio de Janeiro aumentou impressionantes 387,3%. Hoje, esses grupos se concentram quase exclusivamente na zona oeste da cidade, uma área que representa 10% de toda a extensão do Grande Rio. Os números revelam uma expansão rápida e preocupante.

A violência desenfreada, as “narcomilícias” e a crescente influência política das milícias representam uma ameaça significativa à segurança e à estabilidade da cidade do Rio de Janeiro. Portanto, é imperativo que essas organizações sejam tratadas com o mesmo rigor que os grupos criminosos, especialmente por se valerem de estruturas estatais para impor controle sobre as comunidades. É uma batalha que precisa ser travada com urgência, visando a proteção e a segurança da população carioca.

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