A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas de 8 de janeiro, anunciou planos de apresentar requerimentos de convocação e quebra do sigilo telemático do almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha. Essa medida surge em meio a suspeitas de que o almirante teria apoiado uma tentativa de golpe idealizada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), conforme revelou o ex-ajudante da Presidência, Mauro Cid, em sua delação à Polícia Federal (PF).
A senadora destacou a importância das informações trazidas por Mauro Cid, afirmando que o almirante Garnier e o retorno de Mauro Cid são figuras fundamentais nas investigações da CPMI. Segundo Cid, Bolsonaro teria se reunido com a cúpula das Forças Armadas no final do ano passado para discutir a possibilidade de uma intervenção militar a fim de anular o resultado da eleição de 2022, que elegeu Luiz Inácio Lula da Silva para a Presidência.
Eliziane Gama ressaltou que as informações fornecidas por Mauro Cid podem lançar luz sobre a autoria intelectual dos atos golpistas, algo que tem sido debatido na CPMI. Enquanto a base governista na comissão defende que Bolsonaro foi o responsável por planejar a invasão golpista aos prédios dos Três Poderes, a oposição busca consolidar evidências que respaldem essa acusação.
Com mais uma denúncia que parece fechar o cerco das autoridades sobre Bolsonaro, a base do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está se mobilizando para votar na próxima terça-feira, dia 26, o envio de relatórios de inteligência financeira (RIFs) relacionados ao ex-presidente e à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Essa votação tem sido uma questão controversa desde o início da CPMI, mas o presidente Arthur Maia (União Brasil-BA) está disposto a considerá-la, desde que as demandas da oposição também sejam atendidas.