Em meio a um cerco implacável imposto por Israel, os habitantes de Gaza enfrentam uma crescente crise de recursos, forçando muitos a recorrer ao consumo de água salgada. Um residente da cidade de Khan Younis, Mohammad Jamal Saqr, voluntariamente coleta água salgada de uma torneira pública para distribuir às famílias desesperadas.
“Estamos enchendo com água salgada, estou pronto para beber da água salgada — o que mais podemos fazer? Somos forçados a fazer isso”, lamenta Saqr, ilustrando a situação extrema vivida pelos cidadãos de Gaza.
O bloqueio israelense tem resultado na escassez de combustível, alimentos e água na região. No entanto, no domingo (15), o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em acordo com o presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou a retomada do fornecimento de água a partes do sul de Gaza.
Enquanto o sofrimento persiste, as operações de socorro da ONU em Gaza estão à beira do colapso, conforme alerta Philippe Lazzarini, comissário-geral da agência da ONU para os palestinos, UNRWA.
A única saída restante para suprimentos, o corredor de Rafah entre a Faixa de Gaza e o Egito, esteve fechado durante grande parte da semana passada, impedindo tanto os habitantes locais quanto cidadãos estrangeiros de cruzar.
Nesta trágica situação, 28 brasileiros aguardam na fronteira, buscando repatriação. Dezesseis deles estão em Rafah, e doze em Khan Yunis, ambas cidades no sul de Gaza. Após atravessar para o Egito, o plano é que sejam deslocados para o Aeroporto de El Arish, onde embarcarão em uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB).
Uma aeronave modelo VC-2, disponibilizada pela Presidência da República do Brasil, aguarda autorização em Roma, na Itália, para prestar auxílio aos brasileiros em meio a essa crise humanitária em Gaza.
