Em uma votação secreta realizada na sede das Nações Unidas em Nova York, os Estados membros da Assembleia Geral da ONU elegeram os países que integrarão o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas durante o período de 2024-2026.
Entre os três assentos reservados para a América Latina e o Caribe, Cuba obteve o maior número de votos, com 146 votos de um total de 186 cédulas válidas. Essa vitória reflete o compromisso de Cuba com a promoção e proteção dos direitos humanos em nível global.
O Conselho de Direitos Humanos da ONU é o principal órgão intergovernamental responsável por fortalecer a promoção e proteção dos direitos humanos globalmente. Este órgão aborda situações de violações de direitos humanos e formula recomendações.
Em comunicado do Ministério das Relações Exteriores (Minrex) de Cuba, o governo destacou que o resultado “reconhece o firme compromisso da nação com o multilateralismo, a Carta das Nações Unidas e a contribuição de uma nação em desenvolvimento para a promoção e proteção de todos os direitos humanos, aderindo aos princípios de objetividade, imparcialidade e não seletividade como membro do Conselho de Direitos Humanos.”
A eleição de Cuba coincidiu com sua atual presidência pro tempore do Grupo dos 77 e China, a maior organização intergovernamental da ONU, que promoveu uma reunião em Havana em setembro.
Miguel Díaz-Canel Bermúdez, presidente cubano, celebrou a vitória no Twitter, afirmando: “Cuba foi eleita pela sexta vez para o Conselho de Direitos Humanos da ONU. Um lugar conquistado pela prática da solidariedade, cooperação, respeito à dignidade e ao direito de todos os povos do mundo de viver em paz.”
A eleição de Cuba para o Conselho de Direitos Humanos contrasta com sua presença na lista dos países que promovem o terrorismo, mantida pelos Estados Unidos. A inclusão de Cuba nessa lista foi decidida durante o mandato do ex-presidente Donald Trump, sendo justificada pela recusa cubana em extraditar membros do grupo guerrilheiro colombiano ELN que viajaram a Havana para negociações de paz com o governo colombiano.
A renovação da inclusão de Cuba na lista ocorreu em 2023 sob a administração de Joe Biden, apesar dos apelos internacionais para sua remoção. A presença de países nessa lista é usada pelos Estados Unidos para justificar políticas de bloqueio econômico. A situação é regularmente condenada pela comunidade internacional, especialmente na ONU.
Além de Cuba, a República Dominicana e o Brasil foram eleitos pelo Grupo de Países da América Latina e do Caribe (Grulac) para ocupar as três vagas oferecidas à região. A lista de países que conquistaram assentos no Conselho de Direitos Humanos inclui Albânia, Bulgária, Burundi, China, Costa do Marfim, França, Gana, Indonésia, Japão, Kuwait, Malaui e Holanda.