O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, expressou sua profunda preocupação durante uma coletiva de imprensa realizada ontem. O motivo de sua inquietação foi a postura dos Estados Unidos em relação ao conflito na Faixa de Gaza.
Rodríguez classificou como “lamentáveis e perigosas” as ações dos EUA, que vetaram a resolução apresentada pelo Brasil ao Conselho de Segurança da ONU. A resolução exigia a revogação da ordem imposta por Israel para que civis e funcionários da ONU evacuassem todas as áreas ao norte de Wadi Gaza e se mudassem para o sul da Faixa de Gaza. O objetivo da resolução era permitir a entrada de ajuda humanitária para mais de 2 milhões de palestinos que vivem na região, através de agências da ONU, organizações associadas e do Comitê Internacional da Cruz Vermelha.
O chanceler cubano reforçou a posição de seu país, destacando que Cuba sempre rejeitou a matança de civis e pessoas inocentes, independentemente de sua etnia, nacionalidade ou fé religiosa. Ele condenou veementemente a morte de civis, especialmente mulheres, crianças e trabalhadores humanitários do sistema das Nações Unidas.
A Faixa de Gaza é um território que está sob bloqueio israelense desde 2006. Após a escalada do conflito em 7 de outubro, o governo israelense emitiu uma ordem para que os cidadãos que vivem no norte da Faixa de Gaza evacuassem seus territórios, anunciando uma possível incursão militar terrestre, que, até agora, não se concretizou. Além disso, o governo de Israel decidiu impedir a entrada de água, alimentos e medicamentos no território, alegando que isso interromperia a cumplicidade da população civil com o Hamas.
Rodríguez apontou que a situação atual é resultado de 75 anos de ocupação ilegal, da violação dos direitos inalienáveis do povo palestino em seu próprio território e da política agressiva e expansionista de Israel.
O ministro das Relações Exteriores de Cuba denunciou que os EUA têm sido historicamente cúmplices da impunidade de Israel, acusando o país de minar a paz e a estabilidade no Oriente Médio e de obstruir repetidamente a ação do Conselho de Segurança em relação à Palestina.
Ele apelou por um cessar-fogo imediato e exigiu que o governo dos EUA não continue a paralisar o Conselho de Segurança usando seu poder de veto antidemocrático e obsoleto para proteger Israel.
Cuba convoca os diferentes mecanismos de consulta política e integração global a desempenhar um papel ativo para deter a escalada da violência. O país solicita a mobilização urgente, sob a coordenação das Nações Unidas, de ajuda humanitária de emergência para enfrentar a situação catastrófica em Gaza e pede a todas as partes envolvidas que facilitem a entrada e a distribuição dessa ajuda humanitária.
Em última análise, Cuba insta à retomada imediata da décima sessão especial de emergência da Assembleia Geral da ONU e reafirma que a prioridade máxima deve ser o fim da violência. A ilha caribenha pede a mobilização urgente, sob a coordenação das Nações Unidas, de assistência humanitária de emergência para lidar com a situação catastrófica em Gaza e solicita a todas as partes envolvidas que facilitem a entrada e a distribuição dessa assistência humanitária.