Um enigma intrigante abala o Exército Brasileiro em Barueri, São Paulo. O sumiço de 21 metralhadoras do quartel geral levou ao início de uma investigação administrativa contra cerca de 20 militares suspeitos de facilitar ou negligenciar o furto. O caso também é objeto de um Inquérito Policial Militar, com a Polícia Federal acompanhando de perto.
Segundo o Exército, os envolvidos podem ser responsabilizados por omissão, caso tenham falhado em conferir o armamento, ou por facilitação, caso tenham permitido a entrada de indivíduos não autorizados em áreas restritas. O Comando Militar do Sudeste está revisando seus procedimentos internos enquanto apura as responsabilidades.
Vale ressaltar que o procedimento administrativo não estabelece uma ligação direta entre o militar e o crime, mas seus resultados podem subsidiar a investigação criminal em andamento. Os militares encarregados de fiscalizar e controlar o acesso às armas receberam Formulários de Apuração de Transgressão Militar nesta quarta-feira, com um prazo de três dias para prestarem esclarecimentos. Após essa etapa, o Exército tem oito dias adicionais para concluir a apuração.
O general de brigada Maurício Vieira Gama, chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Sudeste, afirmou que, até o momento, não há suspeitos confirmados no âmbito criminal. “A investigação está reunindo indícios, que serão divulgados assim que confirmados. Paralelamente, erros de procedimento estão sendo identificados e tratados na esfera disciplinar e administrativa”, declarou o general Maurício. “Nossa prioridade absoluta é esclarecer este caso.”
Desde a semana passada, o Exército vem apurando o desaparecimento das metralhadoras, incluindo 13 unidades calibre .50 e oito calibre 7,62 mm. A investigação prossegue sob sigilo.
Na terça-feira (17), o Comando Militar do Sudeste passou do estado de prontidão para sobreaviso, reduzindo o número de militares “aquartelados” para 160, cerca de um terço do efetivo. Essa mudança implica que os militares permanecem no quartel, mas não estão necessariamente detidos, aguardando autorização para sair.