A Passagem de Rafah, que conecta a Faixa de Gaza ao Egito, foi finalmente reaberta na tarde de hoje, segunda-feira (6). O acesso estava fechado por três dias consecutivos, e, durante esse período, nenhuma lista de estrangeiros autorizados a sair do território foi divulgada pelas autoridades de Israel e do Egito. Agora, a esperança é que o fluxo de saídas seja retomado.
O embaixador Alessandro Candeas, o representante brasileiro na Palestina, relatou que, após a reabertura da passagem, a primeira ação em Gaza foi o transporte de pessoas feridas nos conflitos entre Israel e o Hamas para a fronteira, com a assistência da Cruz Vermelha e da organização Crescente Vermelho. A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou hoje que cerca de 23 mil pessoas ficaram feridas devido a bombardeios e conflitos armados em Gaza.
A partir da reabertura da fronteira, as autoridades brasileiras esperam que o grupo de 34 brasileiros que estava retido em Gaza seja incluído em novas listas de autorizações para cruzar a fronteira e entrar no Egito nos próximos dias.
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, declarou na semana passada que os 34 cidadãos brasileiros deveriam obter autorização para cruzar a fronteira até quarta-feira (3). O ministro relatou progresso nas negociações por telefone com o ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen.
Até a semana passada, os brasileiros haviam sido excluídos da lista de estrangeiros ou cidadãos com dupla nacionalidade autorizados a deixar Gaza pela fronteira com o Egito. O conflito entre Israel e o Hamas atinge 31 dias nesta segunda-feira.
ESCASSEZ DE RECURSOS
Shahed Al-Banna, uma brasileira de 18 anos retida em Gaza, relatou que o gás utilizado para cozinhar havia acabado no domingo (5). Como alternativa, ela e outros brasileiros presos em Gaza precisaram improvisar um fogareiro com gravetos para fazer chá e cozinhar pão. A imagem mostra um fogareiro improvisado sobre uma estrutura enferrujada e com ferros retorcidos. Alajrami Ahmed, um brasileiro de 43 anos, também retido em Gaza, é visto na foto. Shahed afirmou que a água potável está se esgotando e estimou que a quantidade disponível duraria apenas até esta segunda-feira.
A jovem também mencionou que solicitou ajuda à embaixada do Brasil na Palestina, que enviou dinheiro para que eles possam adquirir suprimentos.
