No epicentro de uma operação da Polícia Federal, o nome Leonardo Rodrigues de Jesus, mais conhecido como Léo Índio, figura proeminente em um contexto que envolve a política brasileira. Primo dos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro, ele se tornou alvo de interesse de autoridades em decorrência de sua participação nos atos de 8 de janeiro, que resultaram na invasão e depredação de prédios dos Três Poderes.
A 19ª fase da Operação Lesa Pátria da PF visa identificar aqueles que incitaram, participaram e fomentaram os atos que abalaram a estabilidade institucional da nação. Léo Índio, por meio de uma foto que compartilhou nas redes sociais, confirmou sua presença nos eventos. Enquanto ele alegava que “patriotas não cometem vandalismo,” sua participação se tornou um ponto de interesse nas investigações.
Dentro deste contexto, o Supremo Tribunal Federal (STF) emitiu um mandado de busca e apreensão direcionado a Léo Índio. O desdobramento dessa ação desencadeou uma série de prisões preventivas e mandados de busca e apreensão em várias localidades, incluindo Cuiabá, Cáceres, Santos, São Gonçalo e Brasília.
Léo Índio, filho de Rosemeire Nantes Braga Rodrigues e sobrinho de Jair Bolsonaro, viveu no Rio de Janeiro antes de se mudar para Brasília no início do governo Bolsonaro em 2019. Sua relação com a política não passou despercebida, uma vez que Carlos Bolsonaro tentou garantir cargos no governo para ele, incluindo na Polícia Federal e na Secretaria de Governo.
Além disso, Léo Índio atuou como assessor do senador Chico Rodrigues, renunciando após o parlamentar ser flagrado com dinheiro nas roupas íntimas, em um escândalo relacionado ao desvio de recursos da Saúde durante a pandemia. Posteriormente, ele ocupou um cargo que levantou controvérsias: auxiliar administrativo júnior na liderança do PL no Senado, mas seu status de “funcionário fantasma” o levou à exoneração.
Na esfera política, Léo Índio concorreu nas eleições para a Câmara Legislativa do Distrito Federal em 2022, sem sucesso. Além disso, enfrenta um inquérito da Procuradoria-Geral da República relacionado às manifestações de 7 de setembro de 2021, que resultaram em ataques ao STF. Ele havia lançado uma campanha de arrecadação de fundos para apoiar esses atos.
Esta operação da PF não marca a primeira vez que Léo Índio é alvo de ações policiais. Em janeiro deste ano, a polícia realizou uma busca em sua residência. As acusações incluem uma série de crimes, desde abolição violenta do Estado Democrático de Direito até associação criminosa, abrindo uma janela para a complexa trajetória desse personagem no cenário político do Brasil.