O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) interveio no Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) para que a instituição concedesse um empréstimo de R$ 1 bilhão à Argentina. O empréstimo, que foi aprovado, beneficia diretamente o rival de Javier Milei, Sergio Massa, que é ministro da Economia do atual governo.
Milei, que é um candidato de ultradireita, acusou Lula de “comunista furioso” e de tentar “impedir a liberdade”. Em uma publicação nas redes sociais, ele disse que o presidente brasileiro “está agindo para que um banco brasileiro empreste milhões de dólares ao governo argentino, para evitar que Milei ganhe as eleições”.
Lula negou as acusações de Milei. “Eu não fiz nada para interferir no processo eleitoral da Argentina”, disse o presidente em uma entrevista. “O que eu fiz foi ajudar um país amigo.”
O empréstimo do CAF é uma ponte para que a Argentina consiga outro, de R$ 7,5 bilhões, com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Endividado, o país estava sem lastro para conseguir mais crédito com o CAF – por isso a intervenção de Lula.
As últimas pesquisas eleitorais têm mostrado uma diferença pequena de intenções de voto entre o candidato libertário e o governista. No dia 29 de setembro, última sexta-feira, Massa tinha 30,7% das intenções de voto contra 27,9% de Milei – quadro que torna o segundo turno muito provável.