O Twitter, outrora um campo aberto de troca de ideias, agora se reinventa como um experimento inovador de marketing multinível, desdobrando-se em uma plataforma centralizada sob o comando de um editor onipotente, introduzindo um paradigma peculiar na dinâmica das redes sociais.
A METAMORFOSE TWITTERANA: DA LIBERDADE À ECONOMIA DE ASSINATURA
O Twitter, conhecido por sua natureza descentralizada, assume novos contornos que ecoam o modelo de marketing multinível. Em um movimento audacioso, o Twitter X, como agora é denominado, adota uma abordagem em que a participação requer uma assinatura anual de R$ 880. Essa subscrição, além de conferir um distintivo azul à conta, habilita os usuários a compartilhar o sucesso econômico resultante de seus próprios posts, criando uma dinâmica única em que os usuários, de certa forma, pagam para produzir para a plataforma, com uma recompensa incerta.
A FAMÍLIA TWITTER X E SEU EDITOR ONIPOTENTE
Elon Musk, o carismático líder do Twitter X, paradoxalmente, almeja ser um contraponto ao modelo tradicional da imprensa enquanto, na prática, centraliza a plataforma sob sua égide. Em uma dinâmica reminiscente de líderes carismáticos de empresas multinível, Musk delineia narrativas, crenças e valores que mobilizam os afiliados como uma “família”. No entanto, a adesão a essa “família” requer alinhamento não apenas com as ideias, mas também com o pagamento da assinatura anual.
A DUALIDADE DE DESTAQUE: PROJEÇÃO E CONTROVÉRSIA
O modelo inovador do Twitter X se desdobra em meio a controvérsias e projeções questionáveis. Durante o conflito Israel e Palestina, contas afiliadas com selo azul publicaram imagens falsas, algumas extraídas de videogames. Elon Musk, como editor onipotente, destacou duas dessas contas, que propagavam informações falsas e conteúdo antissemita, expondo uma dualidade intrigante entre projeção e controvérsia na plataforma.
UMA NOVA NARRATIVA DIGITAL: REPENSANDO A RELEVÂNCIA E O ALCANCE
O Twitter X redefine a narrativa digital ao tornar-se um “publisher” centralizado, estabelecendo Musk como o editor supremo. A estrutura hierárquica, com afiliados pagantes, cria uma dinâmica em que o alcance e relevância dos não afiliados são gradativamente diminuídos, moldando uma nova ordem na paisagem das redes sociais.