“Para nós, pessoas LGBTQIA+, a dimensão da fé é permanentemente negada,” diz drag queen Ruth Venceremos

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A 1ª Conferência LGBTQIA+ de Águas Lindas (GO) reuniu líderes religiosos, parlamentares e representantes da comunidade, abordando a relação entre religião, política e os direitos da população LGBTQIA+. Promovida pela Associação Espírita Sol do Oriente, o evento, que ocorreu no último domingo (22), reuniu diversas vozes em prol da igualdade e respeito.

Dentre os participantes estavam Mãe Beth de Iansã, do Terreiro Sol do Oriente e integrante da Federação de Umbanda e Candomblé de Brasília e Entorno, Tati Ribeiro, reverenda da Igreja Anglicana, deputada federal Erika Kokay, Ruth Venceremos, drag queen, Ubirajara dos S. Silva, representante da religião Candomblé, e Pai Luanderson de Oxossi, representante da Umbanda.

O evento surgiu da necessidade de discutir os direitos da população LGBTQIA+ e combater os danos causados pela LGBTIfobia estrutural, além de destacar o apoio das religiões de matriz africana à igualdade e à recusa de qualquer proposta que vise restringir os direitos dessa comunidade.

O Brasil, em 2022, registrou uma média de duas mortes de pessoas LGBTQIA+ a cada três dias, conforme dados do Observatório de Mortes e Violências contra LGBT+ no Brasil. Mais de 58% das vítimas de crimes de ódio eram mulheres trans ou travestis.

O evento serviu como palco para destacar as violências enfrentadas diariamente pela população LGBTQIA+ e a importância de abordar esse tema. Ruth Venceremos sublinhou como, ao longo da história, a existência dessa comunidade foi tratada como pecado, doença e crime, especialmente alimentada pelo conservadorismo na sociedade.

A reverenda Tati Ribeiro, da Igreja Anglicana, ressaltou o compromisso da instituição em estudar a teologia inclusiva e destacou que Deus não discrimina ninguém com base na sua identidade de gênero ou orientação sexual. Ela defendeu que todas as pessoas são criadas à imagem e semelhança de Deus.

Os debates no evento abordaram a negação de direitos, como acesso à saúde, educação e alimentação, além do direito de viver sua fé. A Umbanda e o Candomblé, como religiões acolhedoras, reiteraram seu apoio à comunidade LGBTQIA+.

A conferência enfatizou que todas as vidas são sagradas, e todos têm o direito à vida e ao livre exercício de sua fé. Apesar dos desafios enfrentados pela população LGBTQIA+, esses eventos fortalecem a busca por igualdade e justiça, lembrando que a negação de direitos fere os princípios democráticos.

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