Em um movimento internacional sem precedentes, o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria do Carvão da Colômbia (Sintracarbón) instigou o governo liderado pelo presidente Gustavo Petro a suspender as exportações de carvão e minerais para Israel como resposta aos recentes ataques à Faixa de Gaza, que resultaram em mais de 11 mil vidas perdidas desde outubro.
Em um comunicado, o Sintracarbón expressou repúdio às ações que impactam civis, especialmente crianças, idosos e mulheres, alvo das hostilidades do governo israelense. Elogiando a postura crítica do presidente colombiano em relação aos eventos no Oriente Médio, o sindicato apelou para a interrupção dos envios de carvão colombiano e outros minerais a Israel, buscando exercer pressão por um cessar-fogo imediato.
A entidade convocou o movimento sindical global, especialmente os ligados ao setor mineiro e energético, a interromper a produção de metais, minerais e combustíveis utilizados em conflitos armados. Atualmente, o carvão mineral lidera as exportações colombianas para Israel, gerando mais de US$ 1 bilhão em 2022, impulsionado principalmente pelas vendas desse recurso.
O presidente Petro ainda não se pronunciou sobre a proposta do sindicato, mas sua postura crítica aos ataques israelenses à Faixa de Gaza já o levou a ameaçar romper relações diplomáticas com Israel. Além disso, a Colômbia e o Chile convocaram seus embaixadores em Israel para consultas, enquanto a Bolívia optou por romper relações, classificando a ação israelense como “agressiva e desproporcional”.
A manifestação do Sintracarbón se junta a ações globais de solidariedade. Na Espanha, o sindicato dos estivadores de Barcelona recusou-se a participar do envio de material bélico para Israel, e na Bélgica, quatro sindicatos de transporte pediram que seus filiados evitem operações relacionadas ao carregamento e envio de armas ao território israelense.