Tensão nas ruas após agressões racistas a frentista
Em um emocionante ato de solidariedade e repúdio à intolerância racial, membros do Sindicato dos Empregados em Postos de Serviços de Combustíveis (Sinpospetro) se reuniram em frente à Câmara Municipal de Curitiba na última segunda-feira (16). O motivo de sua manifestação foi o lamentável episódio ocorrido no bairro Boqueirão, na capital paranaense, onde um jovem frentista, Juan Pablo de Castro, de apenas 18 anos, foi alvo de ataques racistas e xenofóbicos durante a madrugada do sábado anterior (14).
As palavras carregadas de ódio proferidas pelo agressor, como “seu neguinho, macaco” e “nordestino dos infernos”, repercutiram nas redes sociais, gerando indignação e mobilização. Além das ofensas verbais, o agressor ameaçou processar o posto por ter sido atendido pelo jovem profissional.
Um vídeo gravado por um colega de trabalho no momento da agressão tornou-se viral, intensificando a revolta e chamando a atenção de entidades e representantes políticos. O deputado Renato Freitas, presidente da Comissão de Igualdade Racial na Assembleia Legislativa do Paraná, se posicionou prontamente, afirmando que exigiria acesso às filmagens e acompanharia de perto o desenrolar das investigações. “Enquanto presidente da Comissão de Igualdade Racial, pedirei as filmagens e acompanharei todo o processo para garantir que esse racista seja responsabilizado”, declarou.
O ato em frente à Câmara Municipal contou com a presença de vereadores e deputados, que demonstraram apoio aos frentistas e ao jovem agredido. A vereadora Giorgia Prates, presidente da Comissão de Direitos Humanos na Câmara, frisou a importância de combater o racismo. “O racismo é crime, não é algo que podemos permitir que continue acontecendo na nossa cidade. Aqui na Câmara tenho trabalhado em todas as frentes com ações de luta contra o racismo. Também tenho dialogado com a Associação Comercial do Paraná, feito propostas para que o racismo deixe de existir para que tenhamos uma cidade livre de racismo.”
Outros legisladores também se pronunciaram em apoio à manifestação, solidarizando-se com os frentistas e condenando veementemente o ataque racista. Lairson Senna, presidente do Sinpospetro, destacou a importância de pedir socorro e mais segurança para os trabalhadores. Ele enfatizou que o sindicato está à disposição do jovem frentista, oferecendo apoio psicológico e assistência jurídica, uma vez que esse é seu primeiro emprego.
As investigações prosseguem, com o registro do caso na Central de Flagrantes da Polícia Civil. Segundo informações oficiais, o inquérito foi instaurado, e o agressor identificado como o empresário Marcelo Francisco da Silva.
Este incidente lamentável ilustra a persistência de desafios ligados ao preconceito racial, mesmo em tempos modernos. A mobilização em resposta a tais atos é um testemunho da determinação da sociedade em combater o racismo e garantir a igualdade de direitos para todos.