No Dia Mundial da Alimentação, uma ação impactante da Via Campesina fortalece a luta contra a fome e destaca o papel crucial da agricultura camponesa.
Na efeméride do Dia Mundial da Alimentação, uma ação de caráter transformador ecoou pelo Sol Nascente, considerada a maior favela do Brasil, situada na região administrativa do Distrito Federal. A Via Campesina, uma articulação internacional que abraça o Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), empreendeu uma doação generosa de 5 toneladas de alimentos para 600 famílias desta comunidade.
Nesta mobilização, 200 jovens camponeses participaram ativamente, destacando o compromisso com o bem-estar das famílias que enfrentam desafios diários para colocar comida na mesa. A ação foi concebida como parte integrante do Acampamento Nacional “Juventude em Luta por Terra e Soberania Popular” e se desenrolou com brilho próprio no Dia Mundial da Alimentação.
Camilo Augusto, um militante apaixonado do Coletivo de Juventude do MST, liderou esse ato de solidariedade e destacou a relevância dos povos do campo, das águas e das florestas na busca pela erradicação da fome no Brasil. Ele enfatizou que essa ação não representa mera caridade, mas sim a partilha do que é produzido com quem necessita. É um testemunho do compromisso desses povos em alimentar a nação e proteger o meio ambiente ao mesmo tempo.
Cestas repletas de arroz, farinha, verduras e legumes foram entregues aos moradores da Vila dos Carroceiros, do Córrego da Coruja e da Fazendinha, localizados no trecho 3 da comunidade Sol Nascente. O caminhão carregado de esperança e alimentos chegou à comunidade por volta das 16 horas. No entanto, os jovens, deparando-se com obstáculos estruturais e as adversas condições da estrada, caminharam destemidamente por 2 quilômetros até o local da distribuição.
Nilson Alexandre, um morador engajado do Sol Nascente e coordenador do Movimento de Trabalhadores e Trabalhadoras Por Direitos (MTD), descreveu essa ação como uma bela manifestação de solidariedade. Ele enfatizou que os destinatários das doações, incluindo catadores de reciclagem, trabalhadoras domésticas e desempregados, enfrentam uma situação de vulnerabilidade social e alimentar, sendo esta ajuda um bálsamo verdadeiramente necessário.
Susana Rodrigues da Silva, também moradora do Sol Nascente e ativista do MTD, compartilhou suas impressões, descrevendo o encontro como uma experiência gratificante e enriquecedora.
Por trás dessa notável iniciativa está o firme propósito de combater a fome e, simultaneamente, promover o reconhecimento da agricultura camponesa. Renata Menezes, uma militante dedicada do MST, destacou a importância vital dos camponeses na busca por um país sem fome e miséria. Suas palavras ressoam como um chamado urgente a políticas públicas que valorizem e impulsionem a produção deste segmento, em prol de um Brasil mais justo e solidário.