A capital chinesa, Pequim, é o palco de um encontro de gigantes. Os líderes da Rússia, Vladimir Putin, e da China, Xi Jinping, estão prestes a se reunir em meio a tensões globais crescentes e um mundo que busca definir sua nova ordem. Ambos se unem novamente como aliados em um esforço para desafiar o domínio tradicional dos Estados Unidos e de suas democracias aliadas.
Esta não é a primeira vez que esses líderes se encontram. A história de sua cumplicidade começou nas Olimpíadas de Inverno de 2022, onde começaram a costurar sua visão conjunta de um mundo pós-hegemônico, onde o poder se espalha de maneira mais equitativa.
Agora, quase dois anos se passaram, e o cenário geopolítico está mais tenso do que nunca, com a invasão russa na Ucrânia lançada logo após seu último encontro em Pequim e a escalada da guerra entre Israel e o Hamas. Ambos Moscou e Pequim condenaram as ações de Israel, buscando consolidar uma liderança alternativa à dos Estados Unidos, enquanto Washington afirma o direito de Israel de retaliar.
Esta semana, mais de 140 países participarão de um fórum diplomático icônico na China, onde Xi Jinping marca 10 anos desde o início de sua campanha global de infraestrutura. Para Putin, que raramente sai do bloco das antigas nações soviéticas e é alvo de investigações internacionais, esta é uma oportunidade de exposição global e um lembrete de que a Rússia ainda tem amigos poderosos.
A relação entre China e Rússia, muitas vezes vista com ressalvas, se fortaleceu na última década. A invasão da Ucrânia trouxe desafios inéditos a essa aliança, mas também aprofundou seus laços, tornando-se uma tábua de salvação crucial para uma Rússia sob sanções.
O comércio entre os dois países atingiu recordes, e a cooperação em segurança aumentou com exercícios militares conjuntos e diálogos diplomáticos robustos. Este pacto, uma força a ser reconhecida, busca moldar um mundo alternativo ao domínio ocidental.
As conversas entre Xi e Putin se tornam ainda mais relevantes, visto que Israel ameaça uma invasão terrestre na Faixa de Gaza, e Putin enfrenta a pressão global devido à sua guerra na Ucrânia. O fórum em Pequim oferece uma oportunidade para desviar a atenção global e pressionar por um cessar-fogo no Oriente Médio.
China e Rússia se apresentam como mediadores de paz, enquanto os Estados Unidos reiteram seu apoio a Israel. O encontro entre Xi e Putin também servirá como um termômetro para medir o grau de influência da China sobre a Rússia em meio à crise ucraniana.
À medida que o mundo observa, essa aliança de poder promete moldar o cenário geopolítico global nas próximas décadas. Um encontro que pode trazer esperança para alguns e incerteza para outros, enquanto desenha um novo capítulo na história das relações internacionais.