Canibalismo no Passado: Um Estudo Revela Antigos Rituais Funerários

0
92

Um estudo recente, publicado na revista Quaternary Science Reviews, mergulha nas profundezas dos rituais funerários de sociedades antigas na Europa, há cerca de 15 mil anos. O que os pesquisadores descobriram é surpreendente e intrigante: alguns grupos humanos da época não enterravam seus mortos; eles os comiam como parte de sua cultura.

Os vestígios encontrados pelos pesquisadores revelam ossos humanos com cortes, fraturas e sinais de mastigação humana em toda a Europa. Esses restos foram atribuídos à cultura Magdaleniana, que também deixou sua marca na Caverna de Gough, no sudeste da Inglaterra. Este local arqueológico, famoso por crânios moldados de forma peculiar e ossos roídos, revela um aspecto sombrio da história humana.

No entanto, o canibalismo não era exclusivo da Caverna de Gough; ele era uma prática compartilhada por outros grupos no final do Paleolítico Superior. “Em vez de enterrar seus mortos, essas pessoas estavam os comendo,” afirma Silvia Bello, especialista do Museu de História Natural de Londres, que participou da pesquisa. O canibalismo era parte de um “comportamento funerário difuso entre os grupos magdalenianos.”

No entanto, essa prática macabra não perdurou, pois outra cultura, conhecida como “epigravetianos,” começou a enterrar seus mortos. O pesquisador William Marsh, do Museu de História Natural de Londres, revisou sítios arqueológicos atribuídos às culturas magdaleniana e epigravetiana em toda a Europa e encontrou 59 locais da época dessas populações, com evidências combinadas de enterro e canibalismo em apenas dois.

A análise genética dos restos mortais europeus revelou que os grupos que praticavam esses diferentes comportamentos funerários eram geneticamente distintos. O grupo genético “GoyetQ2,” associado à região da França e Espanha, era conhecido por praticar o canibalismo. Enquanto isso, a ancestralidade “Villabruna” consistia em indivíduos da região ítalo-balcânica que adotavam enterros mais tradicionais. Isso sugere que a mudança de práticas funerárias não ocorreu por meio da disseminação de ideias, mas sim pela substituição de populações.

Essas descobertas intrigantes levantam questões fascinantes sobre quem eram essas pessoas canibalizadas: eram parentes ou indivíduos de fora de seus grupos? Mais estudos são necessários para aprofundar nosso entendimento dos antigos rituais funerários europeus que envolviam o canibalismo. Marsh e sua equipe estão ansiosos para continuar explorando essa fascinante parte da história humana.

O que você achou disso?

Clique nas estrelas

Média da classificação 0 / 5. Número de votos: 0

Nenhum voto até agora! Seja o primeiro a avaliar este post.

Artigo anteriorPão de Alho
Próximo artigoDescobertas Cósmicas: NASA Enfrenta “O Melhor dos Problemas” com Amostra de Asteroide

Deixe uma resposta