O Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, expressou preocupação com a abordagem das autoridades educacionais e das forças de segurança em várias universidades dos EUA ao dispersar manifestações pró-Palestina. Ele solicitou que as autoridades universitárias e as forças de segurança respeitem os direitos e as liberdades.
“Estou preocupado que algumas ações das forças da lei em várias universidades tenham tido um impacto desproporcional”, observou Türk, após protestos em instituições como a Universidade de Columbia e Yale, que foram recebidos com dezenas de prisões, expulsões de estudantes e outras medidas repressivas.
“As medidas adotadas pelas autoridades universitárias e pelas forças de segurança para restringir esses atos devem ser cuidadosamente examinadas para garantir que apenas medidas necessárias sejam aplicadas para proteger os direitos e as liberdades de outros”, afirmou.
Em resposta às acusações de que alguns desses protestos podem ter envolvido atos ou discursos de ódio contra o povo judeu, Türk afirmou que tal comportamento seria “inaceitável e perturbador”, mas afirmou que essa conduta não pode ser generalizada para todos os participantes em manifestações que, em muitos casos, ocorreram sem incidentes.
“Tais comportamentos devem ser abordados individualmente, em vez de tomar ações generalizadas que atribuam visões inaceitáveis de alguns a todos os participantes de um protesto”, assegurou o Alto Comissário.
Türk destacou a tradição das universidades americanas em exercer o ativismo em direitos humanos e afirmou que a liberdade de expressão e de reunião pacífica são fundamentais para a sociedade, “especialmente quando há profundos desacordos, como é o caso do conflito entre Israel e os Territórios Palestinos Ocupados”.
Nas últimas 24 horas, as forças israelenses mataram 47 palestinos em Gaza, elevando para 34.535 o número de pessoas mortas desde o início da ofensiva israelense em outubro de 2023.
