Um estudo realizado pelo respeitado Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS) lançou luz sobre a disparidade na cobertura de Atenção Primária à Saúde (APS) em diferentes estados brasileiros, revelando desafios significativos no sistema de saúde do país.
Os resultados do estudo são impressionantes e preocupantes. O Rio de Janeiro, um dos estados mais emblemáticos do Brasil, encontra-se na parte inferior da tabela, com uma cobertura de APS de apenas 57,2% de sua população. Isso aponta para uma deficiência notável no acesso a cuidados de saúde básicos na região.
Contrastando com essa realidade, o Piauí se destaca como um exemplo notável de eficiência, liderando o ranking com uma impressionante cobertura de 99,9% da APS para seus habitantes. Esta discrepância é uma chamada de atenção para a desigualdade regional no Brasil, onde o acesso a serviços de saúde varia consideravelmente de estado para estado.
São Paulo, o estado mais populoso do país, figura na penúltima posição do ranking, com uma cobertura de APS de apenas 63,2%. O Distrito Federal também se encontra nessa faixa, destacando a necessidade de melhorias no acesso a cuidados de saúde básicos em regiões altamente urbanizadas.
A Atenção Primária à Saúde é considerada a porta de entrada para o sistema público de saúde, desempenhando um papel crucial na identificação precoce de doenças, gerenciamento de condições crônicas e prevenção de complicações que possam exigir cuidados médicos mais intensivos.
É importante observar que o estudo avaliou três indicadores relacionados à atenção básica com base em dados estáveis de 2021: a cobertura da população pelos serviços da APS, a cobertura vacinal contra a poliomielite e o percentual de pré-natal adequado.
Quando se observa a distribuição da população alcançada pela APS por regiões, as melhores coberturas são encontradas no Nordeste e no Sul, com médias de 88,8% e 84,6%, respectivamente. Em contraste, a região Sudeste apresenta a menor cobertura do país, atingindo apenas 72,7% de sua população.
Este estudo é um lembrete da importância de garantir um acesso igualitário a serviços de saúde de qualidade em todo o Brasil, superando desigualdades regionais e promovendo o bem-estar de todos os cidadãos.