Uma trama sinistra para derrubar a democracia alemã e restaurar um regime monárquico arcaico
Em um julgamento histórico que marca o início de uma série de processos contra membros do movimento extremista de direita “Cidadãos do Reich” (Reichsbuerger), nove homens comparecem ao tribunal em Stuttgart sob rígidas medidas de segurança. As acusações contra eles são graves: alta traição, tentativa de assassinato e conspiração para um golpe de estado violento que visava derrubar a democracia alemã e instalar um novo líder, um aristocrata autoproclamado.
Se o plano tivesse sucesso, o governo alemão teria sido destituído, a lei marcial imposta à população e um membro da realeza alemã, Heinrich XIII Príncipe Reuss, teria sido entronizado como líder nacional. Segundo os promotores, a conspiração era complexa e envolvia a organização de milícias armadas, a aquisição de armas e munições e a elaboração de planos para atacar instituições governamentais e líderes políticos.
Os “Cidadãos do Reich” representam um grupo heterogêneo de indivíduos que rejeitam a legitimidade da República Federal da Alemanha e reivindicam a restauração de um Reich alemão pré-Primeira Guerra Mundial. Eles baseiam suas crenças em teorias da conspiração fantasiosas e antissemitas, acreditando que a Alemanha moderna é um estado ilegítimo controlado por uma “cabala profunda” internacional.
O movimento Reichsbuerger existe há décadas, mas ganhou notoriedade nos últimos anos devido ao aumento da radicalização e da violência entre seus membros. Em 2022, uma série de raids policiais em todo o país resultou na prisão de 25 suspeitos, incluindo Heinrich XIII Príncipe Reuss, considerado um dos líderes da conspiração.
O julgamento em Stuttgart é um momento crucial para a Alemanha, pois representa um teste para a democracia do país e sua capacidade de combater o extremismo de direita. Os promotores estão buscando penas severas para os acusados, enquanto os defensores argumentam que seus clientes são vítimas de perseguição política.
O caso dos “Cidadãos do Reich” serve como um lembrete preocupante da persistência do extremismo na Europa e da necessidade de vigilância constante contra aqueles que buscam minar a democracia e os valores liberais.
