Difundida a partir da Idade Média, a lenda de Lohengrin, o cavaleiro do cisne, inspirou a Wagner uma de suas óperas mais célebres.Lohengrin, segundo a lenda, é o misterioso cavaleiro que, num barco puxado por um cisne, surge para socorrer uma dama em perigo. Casa-se com ela, mas proíbe-lhe de perguntar sua origem. Como depois ela esquece o compromisso, o herói deixa-a para sempre. A história provavelmente se baseia no conto de fadas sobre sete irmãos perseguidos pela avó cruel e transformados em cisnes.
Na primeira versão alemã, incluída por Wolfram von Eschenbach em seu “Parzifal” (c. 1210; “Percival”), o cavaleiro Loherangrîn, filho do herói do poema, salva Elsa de Brabant, casa-se com ela e retorna ao castelo paterno do Graal. O poema anônimo “Lohengrin” (c. 1275-1290) situa a narrativa entre os séculos IX e X, no reinado de Henrique I o Passarinheiro. Há outras versões alemãs, como Schwanritter (Cavaleiro do cisne) de Konrad von Würzburg, e o poema épico anônimo “Lorengel” (século XV), fonte de Wagner para o libreto de Lohengrin, ópera apresentada em 1850.
Na versão francesa da lenda, Chevalier au cygne, que inspirou as versões inglesas, o cavaleiro do cisne chama-se Helyas e casa-se com Beatrix de Bouillon. No folclore alemão, a lenda de Lohengrin se liga à cidade de Cleves (atual Kleve), cujos governantes adotaram o cisne em seu sinete e cujo castelo ostenta uma estátua do cavaleiro com o cisne.