Em uma reviravolta surpreendente na CPI do MST, o relator Ricardo Salles (PL-SP) retirou o indiciamento do deputado Valmir Assunção (PT-BA) do relatório final, causando agitação e acusações de motivação política por parte da oposição.
No relatório preliminar da CPI, Salles propôs o indiciamento de 12 pessoas, incluindo Assunção, alegando que o deputado teria ordenado líderes de ocupações a se apropriarem de bens encontrados nas invasões. Além disso, o texto indicava que assentados foram forçados a realizar campanhas para Assunção, sem receber qualquer remuneração ou alimentação em troca.
No entanto, essas acusações não foram incluídas no relatório final apresentado recentemente. Salles justificou a mudança, afirmando que a retirada das denúncias contra Assunção tinha o objetivo de aumentar as chances de aprovação do relatório em um colegiado esvaziado pela oposição. A retirada do indiciamento gerou controvérsia, com muitos questionando se a decisão foi tomada com base em critérios objetivos ou por motivos políticos.
A oposição, que já estava descontente com a adesão de partidos ao governo no meio das investigações da CPI, alega que essa mudança é uma tentativa de evitar que Assunção seja investigado adequadamente. Caso o relatório não receba a maioria dos votos favoráveis no colegiado, o nome de Valmir Assunção poderá ser reintroduzido no texto e encaminhado à Procuradoria-Geral da República para análise.